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Aliado de Bolsonaro, Pacheco vence eleição no Senado

  • Foto do escritor: JORNALE
    JORNALE
  • 2 de fev. de 2021
  • 3 min de leitura

01/02/2021


Senador contava com o apoio de Davi Alcolumbre



O senador Rodrigo Pacheco (DEM-MG), de 44 anos, confirmou o favoritismo na noite desta segunda-feira e se elegeu, ainda em primeiro turno, como novo presidente do Senado.


Pacheco foi eleito com um amplo apoio político: é aliado do presidente Jair Bolsonaro, contava com o apoio de Davi Alcolumbre (DEM-AP), agora seu antecessor no cargo, para o biênio 2021-2022, e até do PT. Conforme o Estadão revelou, o governo liberou um total de R$ 3 bilhões em verbas extras para deputados e senadores na esteira da negociação. Já Tebet concorreu de forma independente por não ter tido respaldo sequer da própria bancada.


Franco favorito, Pacheco conseguiu 57 votos, enquanto Simone Tebet teve 21 - três dos 81 senadores não compareceram à votação. Para ser eleito, um candidato precisava ter o apoio de pelo menos 41 senadores.


Com formação em Direito, Pacheco prometeu agir com independência em relação ao Planalto e fez um discurso de pacificação. Nos bastidores, a vitória era dada como certa antes mesmo da votação sigilosa, contando com o apoio não só de bolsonaristas, mas também de partidos da oposição. Católico, ele está no primeiro mandato como senador e presidirá o Senado até fevereiro de 2023.


Rodrigo Pacheco nasceu em Porto Velho (RO), mas se elegeu por Minas Gerais, onde a família é dona de empresas de transporte rodoviário. Em dezembro de 2020, emplacou um assessor de seu gabinete como diretor da Agência Nacional de Transportes (ANTT) - órgão que tem como atribuição regular empresas de sua família. A indicação, conforme o Broadcast revelou, foi questionada por violar a Lei de Agências Reguladoras e ainda não passou pelo plenário. Como presidente, ele será responsável por pautar ou devolver a indicação.


Uma série de acordos articulados por Pacheco para cargos na cúpula do Senado e comissões fizeram o MDB rifar Simone Tebet, que acabou se lançando na disputa como candidata avulsa. Na última hora, Major Olimpio (PSL-SP), Jorge Kajuru (Cidadania-GO) e Lasier Martins (Pode-RS) retiraram as candidaturas para apoiar a emedebista. A eleição para os demais cargos na Mesa vai ocorrer nesta terça-feira, 2. PSD e MDB disputam a 1ª vice-presidência.


Expoente do baixo clero, Alcolumbre tentou costurar nos bastidores uma saída jurídica para permitir a sua candidatura à reeleição do Senado, mas viu as pretensões serem frustradas há dois meses com o julgamento do Supremo Tribunal Federal (STF) que barrou a possibilidade de recondução ao cargo na cúpula do Congresso durante a mesma magistratura.


O senador deixa o cargo sem dar entrevistas exclusivas à imprensa nem deixar um legado em sua gestão. Também paralisou as comissões, inclusive o Conselho de Ética, e fracassou na tentativa de emplacar o irmão, Josiel Alcolumbre, no comando da prefeitura de Macapá. Agora, negocia presidir a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) para continuar com influência na agenda do Senado.


A votação pelo comando do Senado e da Câmara marca a disputa política mais importante do ano, que vai definir a agenda legislativa do País pelos próximos dois anos, influenciar a votação de reformas do governo, preparar o terreno da corrida eleitoral de 2022 e redesenhar as relações do Congresso com o governo Bolsonaro e o Supremo. Também cabe ao presidente do Senado decidir sobre pedidos de impeachment contra ministros do STF e articular nomeações para agências reguladoras - e integrantes do próprio Supremo.


"Que tenhamos paz para trabalhar pelo Brasil, para fazer as propostas necessárias para todos que esperam de nós respostas imediatas. Não podemos nos render ao discurso fácil, politicamente correto, que ganha aplausos fáceis nas mídias sociais e nos aeroportos", discursou Pacheco antes da votação. Apesar da atuação do Planalto, o senador prometeu assegurar, "Com toda força do meu ser", a independência do Senado e afirmou que não será "subserviente" a outros poderes.

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