Profissionais sabiam que estavam comprando materiais usados

A Polícia Civil do Paraná prendeu seis médicos urologistas, uma instrumentadora cirúrgica e a secretária de um dos profissionais na manhã de ontem durante a segunda fase da Operação “Autoclave”. O grupo é suspeito de utilizar materiais cirúrgicos irregulares. Cateteres e outros equipamentos, que deveriam ser descartados após uso único, eram utilizados em até 15 cirurgias.
O delegado Alexandre Macorin explicou que durante as buscas em endereços relacionados aos suspeitos, a polícia apreendeu diversos materiais cirúrgicos descartáveis reaproveitados. Ao todo, foram cumpridos 20 mandados judiciais, sendo oito de prisão temporária e 12 de busca e apreensão, de forma simultânea, no interior do Paraná e no Estado de Goiás. As cidades-alvo da ação no Paraná foram Campo Mourão, Ivaiporã e Francisco Beltrão, e em Goiás, Goiânia e Rio Verde.
O delegado Macorin ressaltou que a ação é um desdobramento da Operação “Autoclave”, deflagrada em setembro no interior do Paraná. Em continuidade às investigações, foi constatado que esses equipamentos eram vendidos a médicos urologistas do Paraná e Goiás, que tinham claro conhecimento da procedência irregular. De acordo com Macorin, os materiais – que possuem um custo de R$ 1,2 mil – eram adquiridos pelos médicos por R$ 250 a R$ 300 e reutilizados muitas vezes. Os alvos da ação serão indiciados por associação criminosa, falsidade ideológica de documento particular e adulteração de produto destinado a fins terapêuticos ou medicinais.