Anistia Internacional quer comissão independente para caso Marielle
- 14 de nov. de 2018
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ONG apresentou relatório O labirinto do caso Marielle Franco

No dia em que faz oito meses dos assassinatos da vereadora Marielle Franco (PSOL-RJ) e do motorista Anderson Pedro Gomes, a Anistia Internacional recomendou nesta-quarta-feira (14) que uma comissão externa independente acompanhe as investigações em curso no país. Para a entidade, o grupo deve ser formado por peritos, juristas e especialistas sob o argumento da existência de lacunas em relação ao crime. A preocupação da organização não governamental é verificar se todas as linhas de investigação estão sendo exploradas, se há negligência e também interferência indevida na investigação criminal. O assassinato ocorreu na noite de 14 de março, no centro do Rio de Janeiro, quando Marielle saía de um evento político. A Anistia Internacional divulgou o documento denominado O labirinto do caso Marielle Franco, que analisa o caso em cinco eixos temáticos, e alerta para ausência de respostas e as informações desencontradas. A divulgação do documento ocorreu, no Rio de Janeiro, na presença de Marinete e Antônio da Silva, pais da vereadora morta. “A impressão que eu tenho é que nós estamos enxugando gelo. Oito meses passados e nós fazemos as mesmas perguntas e não temos ainda nenhuma resposta. Esse caso é realmente um labirinto”, desabafou a mãe. Para a Anistia Internacional, as preocupações envolvem o andamento das investigações e informações desencontradas por parte das autoridades. Em maio, o chefe da Polícia Civil do Rio, Rivaldo Barbosa, anunciou que a elucidação estaria próxima; logo depois, o secretário de Segurança do Rio, general Richard Nunes, admitiu que a conclusão das investigações poderia não ocorrer neste ano. Houve ainda informações por parte da Secretaria de Segurança Pública do governo federal. A coordenadora de Pesquisa da Anistia Internacional, Renata Neder, alertou que há um “histórico brasileiro” de assassinatos de defensores de direitos humanos e de baixa resolução de homicídios. Para ela, há indícios que apontam, sim, para a participação de agentes do Estado no crime. “Pelo que foi divulgado publicamente, tudo sugere que, sim, teria havido a participação de policiais ou outros agentes da segurança. Foi um crime extremamente planejado, sofisticado, a arma usada, a munição usada, a câmera desligada, a precisão dos disparos com dois carros em movimento. As informações públicas sugerem que, em diferentes níveis, possam ter agentes da segurança envolvidos nesse assassinato.”









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